mesmo desenvolver outras qualidades mediúnicas.
É preciso compreender que desenvolver a mediunidade não é entrar num terreiro e 
já “sair incorporando”.
Entendemos a pressa do médium em “se desenvolver” e em trabalhar e aprender
 com seus Guias.
Mas para isso torna-se necessário um tempo de maturação por parte do médium,
 não só apenas perante sua própria mediunidade e seu desenvolvimento, mas 
também perante si mesmo, perante a sua religião e acima de tudo da
 responsabilidade do serviço mediúnico.
Esse processo leva seu tempo, mas enquanto ele ocorre é necessário a real vontade
 de aprender, conhecer, se melhorar e querer servir e estudar a sua mediunidade.
Antes mesmo de “atender” com seus Guias o médium tem que ter a humildade de 
atender as necessidades da espiritualidade e de sua casa de outra forma. Pois o
 serviço mediúnico e religioso começa antes do atendimento dos Guias e acaba
 depois.
Querer atropelar o seu tempo natural de desenvolvimento, é por em risco todo um 
processo de crescimento.
Se as etapas existem é porque são necessárias.
Sair incorporando a toda hora e em qualquer lugar ou mesmo querer escutar seus 
Guias “de qualquer jeito” são formas comuns de atrair para a vida do médium 
iniciantes kiumbas (espíritos obsessores) que se divertem com a inocência, pressa 
e imprudência do médium colocando vários entraves para o seu desenvolvimento.
 Lembre-se o desenvolvimento mediúnico deve ser feito em um local preparado 
para tal.
Achar-se “preparado”, ser “preparado” ou mesmo estar “preparado” são coisas
 distintas.
Tudo tem seu tempo e esse tempo não é igual para todos e não é apenas analisado 
pelo seu/sua dirigente, mas também e principalmente pela sua própria espiritualidade.
É comum encontrarmos médiuns “afoitos” abandonando um terreiro por achar que 
não está a ser “valorizado” por seu dirigente porque acha-se preparado e não foi 
reconhecido.
Precipitar o processo pode acarretar em desânimo, frustração e pode transformar
 um bom médium num mistificador, vaidoso e arrogante, fazendo talvez com que
 se desvirtue do seu caminho e comece a culpar a Umbanda, seu terreiro, seu/sua 
dirigente por seus desajustes.
Por isso, calma!!!
Existe muitos fatores que devem e precisam serem analisados antes de colocar um
 médium a dar consultas ou passe como é mais conhecido.
E o médium que depois de uma análise de seu dirigente e da espiritualidade da
 casa foi indicado para receber seu preparo, deve ter muita humildade e não sentir-
se envaidecido pelo posto, ou melhor tarefa que lhe foi designada e entender que 
apesar do preparo ele nunca estará realmente “preparado” para tal compromisso, 
pois o preparo é constante.
Agora que ele assumiu essa tarefa de forma consciente e não emocional sua 
atenção e responsabilidade perante seu desenvolvimento mediúnico precisa 
aumentar, pois ele passa a ser um expoente dentro do seu terreiro e como tal tem 
a responsabilidade, se não a obrigação de ser um exemplo e uma força na casa.
Incorporação na Umbanda exige, disciplina, vontade de se melhorar, maturidade,
 firmeza e segurança emocional para não se deixar influenciar pelas necessidades 
dos assistidos ou mesmo tecer julgamento unilateral da pessoa ou da situação que
 está a ser exposta, evitando assim o risco de interferir na comunicação e no 
atendimento da espiritualidade.
E tudo isso deve ser aprendido e praticado por um médium de Umbanda antes 
mesmo de se achar preparado para exercer sua mediunidade através do serviço da 
Luz de nossos amados Guias e Orixás.
Lembro que o entusiasmo é importante, o amor e a fé também, mas a 
determinação e a paciência também o é.
O tempo é leal conselheiro e se esse for seu caminho dentro da Umbanda, não se
 aprese nem se preocupe, o tempo chegará no momento que você estiver pronto 
para iniciar uma nova etapa no seu desenvolvimento. Até lá procure servir a 
espiritualidade, seu terreiro, seus irmãos de corrente e assistência da melhor 
maneira possível.
E lembre-se que a pressa é inimiga da perfeição…, da compreensão e 
consequentemente da sua evolução.