terça-feira, 31 de maio de 2016

Tata caveira

HISTÓRIA DO EXU TATÁ CAVEIRA

Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio". Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.

Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro. Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça. O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.

Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado. A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo. Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas. Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados. Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram. Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Zé Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo.

Como entidade, o Chefe-de-falange Tatá Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange. Tatá é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco. No entanto, Tatá Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Tatá Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.

No entanto, uma vez amigo de Tatá Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções

domingo, 29 de maio de 2016

História Zé Pilintra

História de Zé Pilintra

Jose Emerenciano nasceu em Pernambuco. Filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso. Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência. Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chama-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém. Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo. Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar.
Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde. O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival. Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar a mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu, porém a picardia dos tempos de José Emerenciano.
 Saravá Seu Zé Pelintra!

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pomba Gira Dama Da noite.

Pomba Gira  Dama da Noite
As entidades que atendem pelo nome Pomba Gira Dama da Noite, pertencem a todas as falanges, tal qual as Pomba Giras do Cabaré.
Fazem a comunicação e a troca de informações entre essas falanges.
São uma espécie de informantes, estão em toda a parte, "correm a gira" no astral para avaliar todas as questões que envolvem um caso que esteja sendo tratado por outras Guardiãs.
São muito versáteis e conhecem de tudo um pouco.
Uma outra atribuição muito importante, dessas Pomba Giras, é o desenvolvimento mediúnico de médiuns iniciantes.
Portanto podem se manifestar em qualquer ponto cantado, ou, mesmo não sendo, a Pomba Gira que irá trabalhar com o médium, pode dar ao mesmo "insights" de quem será sua Pomba Gira de trabalho, incorporando ou passando vibração ao médium apenas no ponto cantado de sua Pomba Gira.
Dificilmente riscam ponto e dão consulta, ficam de pé no meio do terreiro dançando e preparando o médium, por isso, é muito comum incorporações de curta duração, para evitar desgaste e fadiga do médium.
Outra forte atuação dessas Senhoras é a comunicação intuitiva, já que o médium em desenvolvimento não está "pronto" para identificar mensagens claras, pois ainda não sabe se quer o nome de sua Pomba Gira.
Isso não ocorre com todos os médiuns, em alguns casos, dependendo da história, do grau de mediunidade e da relação "entidade-médium", a Pomba Gira de trabalho, já informa ao médium, quem é e o que quer.
As Pombas Giras Damas da Noite, após um período, que varia, de caso para caso, acabam por optar por uma atividade mais especializada, aí sim, ingressando numa falange específica.
São muito bem humoradas e passam ao médium, uma sensação de alegria e descontração.
Estão sempre presentes nos terreiros, e mesmo que um determinado médium da corrente, não seja médium de incorporação, recebe sua vibração, o que o protege das energias densas que são desagregadas nas giras de Exú.
Seu nome "Dama da Noite" pode fazer com que seja associada à "Pomba Gira do Cabaré".
Mas essas guardiãs têm funções distintas, as Damas da Noite, por serem entidades responsáveis pelo desenvolvimento mediúnico da maioria dos médiuns, não costumam enfrentar o astral inferior, de modo frontal, pois precisam manter uma vibração periespiritual menos densa, para a proteção dos médiuns que estão sendo por elas desenvolvidos.
Em sua denominação simbólica, são conhecidas apenas por Pomba Gira Dama da Noite, não havendo a complementação, como por exemplo, Pomba Gira Dama da Noite das Almas, ou Pomba Gira Dama da Noite da Encruzilhada, etc.
Como existem milhares de Pomba Giras Damas da Noite, também existem milhares de histórias sobre cada uma.

Guardiã Rosa da noite

Guardiã Rosa da Noite

A Pombagira Rosa da noite é responsável por proteger as pessoas viciadas em álcool e drogas em geral, do assédio vampirizador de entidades malévolas, que costumam sugar a energia dos encarnados e fazer com que os mesmos se tornem cada vez mais dependentes dessas drogas.
Sabe-se que na grande maioria dos casos de alcoolismo, existe a influência de espíritos obsessores. Esses espíritos que são os , algozes da vida atual, foram as vítimas de vidas passadas desses encarnados, que hoje vingam-se através das influências negativas e hipnóticas que exercem sobre os que consideram seus devedores.
Essa Guardiã tem por missão freiar ou impedir, caso já haja merecimento por parte da "vítima", a ação desses obsessores.

Esse é um trabalho extremamente difícil, visto que para o viciado se libertar da ação de seus obsessores, necessita de aprimoramento moral e espiritual.

E por outro lado, os espíritos perseguidores, necessitam também de reconhecer o erro que cometem e aceitarem a submissão às leis divinas.
 

Semelhante atrai semelhante.

As Pombagiras guardiãs podem, como já foi citado, freiar e minimizar a ação desses espíritos, todavia, se o encarnado continua a manter sentimentos, desejos e pensamentos que sintonizam com seus obsessores, ele os atrai novamente.

A Pombagira Rosa da Noite optou por trabalhar junto à encarnados viciados por ela mesma já ter vivido como tal.
 


Também não recebe oferendas e raramente incorpora, trabalha diretamente junto aos seus protegidos.
 

Cumpre as missões determinadas por Dona Rosa Caveira.

Pomba Gira Rosa Caveira

Pomba Gira Rosa Caveira

Pomba Gira Rosa Caveira, a Bruxa-Guerreira, tem duas faces: uma é linda, a outra uma face esquelética. Uma senhora muito assustadora. Não se surpreenda, ela é do reino das Almas e vive no cemitério.

Características

Arma - Espadas, Lanças, Punhais
Fuma - Cigarros, Cigarrilhas
Guia - Preta/Branca ou Amarela/Preta
Lugar - cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas
Planta - Rosa Amarela ou Vermelha
Vela  - Rosa, Preta/Vermelha e Branca

Lendas


Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exú Caveira. Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, seu nascimento deu-se na primavera e sua mãe tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, estava perdendo muito sangue e podendo morrer . Foi quando a avó da Rosa Caveira quejá havia falecida há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de Rosa Caveira, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e em cima de um Campo Santo e também pela aparência astral de sua mãe que aparentava uma caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de Rosa Caveira do Cruzeiro

Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversário sua avó ia visitá-la espiritualmente e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar Rosa, debochar dela, dizer que ela era amaldiçoada pois havia nascido em cima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta.E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que sabia, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro.

Suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó).

Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém a mais velha, se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela. Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varios feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer varios feitiços de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela fez um feitiço, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e dos encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.

Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exú Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, e deu sua alma de presente a seu amado e Mestre, se tornando assim seu escravo. Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cambone,o fiscal do terreiro...


Muito se fala sobre médiuns e mediunidade, mas quase não se fala sobre uma das (se não a mais importante) figura dentro do terreiro: o Cambone, palavra de origem bantu derivada da palavra Kambondo, em kimbundo.
Basicamente, o Cambone é a pessoa responsável por assessorar o guia-espiritual durante as consultas e também ao médium, ajudando-o a arrumar seu ponto de trabalho e providenciando os apetrechos e ferramentas que o guia-espiritual geralmente necessita. Mas essa figura tem uma função ainda mais profunda e que vamos dialogar nas próximas linhas.
Todos os trabalhadores de Umbanda sejam médiuns de incorporação (rodantes em algumas vertentes), pais e mães-pequenos e os próprios dirigentes e ogãs, foram um dia Cambones. Se não foram, tem coisa errada aí e pode parar de ler agora.
Nos terreiros mais antigos a única forma de ingressar na corrente é se tornando um cambone. Nem mesmo quando o médium já vem preparado de outra casa, essa função lhe escapa. É sendo cambone que ele vai aprender os rituais da casa que está trabalhando, vai conhecer melhor as entidades que assistem aquela corrente e outras coisas mais. Então, por isso é que é importante ser Cambone, antes de começar a sair “sacudindo o corpo” por aí.
O cambone ainda tem uma função mais importante que é a fiscalização, por assim dizer, das atividades dos médiuns/entidades. Ele(a) irá se assegurar de registrar todas as recomendações dadas pelas entidades aos consulentes em um caderno de conduta, que cada médium deve possuir. Pelo menos é assim que fazemos em nossa casa, apesar de não ser uma prática comum em outros terreiros que já visitei. Nesse caderno o cambone anota o nome da pessoa, a data da consulta e as informações básicas do problema que a pessoa está passando e das mirongas e sugestões dadas pelos guias.
Além disto, o cambone deve ficar atento ao comportamento do médium e da entidade, para perceber se não há mudanças de padrões, se ele não começa a se comportar mais animicamente do que mediunicamente e também se o médium não está incorrendo em mistificações. Quando ele percebe alguma coisa estranha no comportamento médium/entidade, ele tem por obrigação de ir relatar ao Dirigente do terreiro, para que sejam tomadas as medidas necessárias. Quando um médium cai em desequilíbrio, ele não pode mais atender – teoricamente – então deve também passar por um processo de ajuda e reequilíbrio. Mas quem irá detectar isso é o Cambone.
Ainda mais, o cambone serve de intérprete das entidades para os consulentes. Muitos guias têm falas arrastadas e cheias de jargões que os consulentes de primeira-viagem não conhecem. Já os cambones pegam essas palavras e traduzem para o coloquial-informal, que estamos habituados. Isso já transmite a segurança pra consulencia sobre a consulta, além de ser um elo humano para o mesmo. Logo, podemos dizer que médium que dispensa cambone é porque está devendo algo ou está fazendo algo errado, então também se deve desconfiar.
O cambone, durante o trabalho com o guia-espiritual, começa a ser preparado para sentir as vibrações para que um dia também possa ser um médium de incorporação (consulta, rodante, etc). Muitas vezes os guias-espirituais os colocam para dar passes ou suporte energético, além de chamar algumas de suas entidades para se aproximarem do mesmo, com a finalidade do cambone começar a conhecer essa energia.  A maioria dos cambones acaba se tornando médium de consulta, porém isso não é regra. Alguns serão sempre cambones, o que não diminui em nada suas responsabilidades e sua importância dentro do terreiro. Esses que não incorporam, possuem outras formas de mediunidades, geralmente intuitivas e inspiradas, que ainda assim servem de ferramenta para os trabalhos no terreiro.
Mas existe uma prática que é bem comum nos terreiros, que a meu ver é equivocada: Usar o cambone como médium de transporte. Nem todo cambone é um médium de transporte, mas falamos sobre isso em um artigo específico.
Os cambones como uma classe de trabalhadores dos terreiros de Umbanda, são de extrema importância, por tanto que eles possuem até um líder entre eles, para organizar esse trabalho por eles praticado, o chamado Cambone Maior. Essa função compreende várias atribuições, dentre elas a preparação e defumação da casa, o direcionamento dos demais cambones para os médiuns que irão assistir, o direcionamento da assistência para os pontos dos guias conforme vagam-se os pontos, geralmente são chamados pelas entidades para executarem algum trabalho externo ou quando precisam de algo de fora do terreiro, entre outras coisas mais.
Um conselho que é dado em nossa casa é que o cambone sempre rode os pontos, ou seja, mude de entidade sempre. Essa prática fará com que o cambone conheça diversas formas de trabalho diferentes e possa passar pelo “aporte energético” de várias entidades diferentes. Alguns se afeiçoam a um determinado médium ou guia, mas isso pode ser um erro. Como a função do cambone é de fiscalização, quando esse se afeiçoa demais a um guia, passa a não ter isenção. Acredita que se disser algo aos dirigentes estará expondo o médium e isso irá prejudica-lo. Mas de fato o que ocorre é o inverso, justamente por não apontar isso é que está deixando o médium entrar em um vórtice negativo e possivelmente compactuando com a queda deste. Então o cambone tem que ser firme e acima de tudo isento. Pode gostar do médium, pode gostar do guia, mas acima de tudo há a responsabilidade. E a responsabilidade é para com Deus e com o mestre Jesus.
Vejam só quantas coisas os cambones fazem e como são importante. Eu mesmo sinto muitas saudades de cambonear. Geralmente isso ocorre quando meus guias me permitem não incorporar, assim consigo matar um pouco dessa saudade de ouvir os guias e de servir ao terreiro de várias formas diferentes. Que possamos valorizar os cambones e que os cambones possam valorizar a sua IMPORTANTÍSSIMA função para a UMBANDA.
Saravá todos os Cambones!

terça-feira, 24 de maio de 2016

Santa Sara

     Santa Sara Kali é a padroeira do povo cigano, é pouco conhecida, como também é pouco conhecida a sua história. Acredita-se ser Egípcia, era  escrava, venceu os mares com sua fé e virou Santa.


     Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara  escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Sara então retira seu lenço da cabeça, chama por Jesus Cristo e promete que se todos se salvassem, ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.
     Milagrosamente, a barca sem rumo, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer, no sul da França. Por ser escrava e negra, ao aportar não foi acolhida como os outros de seu barco.
     Um grupo de ciganos a encontrou e ficaram penalizados, então acolheram-na. Sara cumpriu a sua promessa até o final de seus dias. Conta a lenda que ela operou alguns milagres entre o povo cigano e por isso, após sua morte foi cultuada como padroeira do povo cigano.
     Suas histórias e milagres a fez Padroeira Universal do povo cigano, sendo festejada todos os anos no dia 24 de maio. Segundo o livro escrito pela cigana Miriam Stanescon, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali, a tradição de toda a mulher cigana casada, usar um lenço, tornando a peça mais importante do seu vestuário, tanto que quando se quer presentear uma cigana com o mais belo presente, se diz:- “Te darei um lindo lenço”.
     Além de trazer saúde, prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajuda-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos, faziam promessas, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mér, fariam uma noite de vigília e depositariam aos seus pés como oferenda, um lenço, o mais bonito que encontrassem. Lá existem centenas de lenços, como prova que muitas mulheres receberam essa graça.
     Para a mulher cigana, o milagre mais importante da vida, é o da fertilidade. Quanto mais filhos tiver, é considerada pelo seu povo, uma mulher dotada de sorte. A pior praga para uma mulher cigana é desejar que ela não tenha filhos. Talvez seja esse o  motivo das mulheres terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para a fertilidade.

     Uma outra lenda diz, que Sara Kali, as três Marias e José de Arimatéia, teriam fugido numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado para um mosteiro da antiga Bretanha. A barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de Camargue, às margem do Mediterrâneo, que ficou conhecido como Saintes-Maries-de-La-Mer, transformado num grande local de concentração cigana.
     O seu dia é comemorado e reverenciado através de uma longa noite de vigília e oração pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de luzes azuis, flores e vestes coloridas, muita música e muita dança. Cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e do eterno “retorno dos tempos”

domingo, 22 de maio de 2016

Exu Tiriri

Guardião Tiriri

(Fleruty) - de grande força para despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rio; Também se apresenta com grandes traços orientais, anda de preto, com um gato preto ou um gato sianês, possui cabelos lisos como de japonês preso como rabo de cavalo, e ele também possui uma capa preta e vermelha, possui também uma bengala ou um bastão na sua mão. Ele vem na Linha de Oxalá.
Seu Tiriri é um exu rebelde, de acordo com "lendas" ele se apaixonou pela filha de um rei, e o mesmo sabendo disto, o aprisionou numa torre!
Mesmo sendo rebelde, ele também é um exu bastante sedutor, chama atenção de homens, crianças e hipnotiza as mulheres!
Caminhos
  • Seu Tiriri das Encruzilhadas
  • Seu Tiriri das Matas
  • Seu Tiriri Menino
  • Seu Tiriri da Kalunga
  • Seu Tiriri das Almas
  • Seu Tiriri da Figueira
  • Seu Tiriri do Cruzeiro
  • Seu Tiriri da Meia Noite
Alguns Tiriris ao final do nome dão outro nome em africano, para especificar o tipo de Tiriri que comanda no Astral: Tiriri - Bará; Tiriri - Apavená; Tiriri - Apanadá; Tiriri - Lonãn, todos abaixo do comando de Exu - Tiriri.

Tiriri é considerado o "Senhor da vidência" ou aquele que vê mais além, por isto é um dos mais evocados em casos relacionados com adivinhação através de búzios, principalmente no Candomblé.

Dependendo do tipo de Tiriri dependerá do tipo de Pombagira que o acompanha nos trabalhos. A parceira de cada exú se evidencia nas zimbas (pontos riscados), as quais são antigos símbolos, os quais representam o lugar onde vive o exú, seu nome e sua parceira como temas principais, também se podem ler nas mesmas partes da vida terrena deste exú. Os pontos riscados são a firme evidência de que o que está escrito nada pode mudar isto se aplica também ao nome do exú, sua vida, moradia e parceira, nestes cultos os pontos riscados ou firmeza espiritual equivalem a Ifá para os cultos iorubá. Lamentavelmente, nem todos se capacitam no estudo dos símbolos sagrados e por isso muitas vezes somos tidos de que os assentamentos de Exú onde lhe dá nomes que não os pertence ou às vezes de uma parceira que não lhe corresponde. Isto traz como conseqüência que a pessoa que recebe a dita entidade, com o tempo acaba deixando desse templo, para buscar algum onde na realidade reconheça seu nome ou parceira.

Características
  •   Bebida: gosta de um bom whisky ou de bebidas fortes de boa qualidade

  •   Fuma: Charutos

  • Indumentária: As vestimentas do Tiriri são geralmente capa, chapéu (às vezes boina com visor ou chapéu de aba alta), utiliza bastão (o bastão ou bengala, é entregue aos exús quando são "coroados" como chefes no ritual da Linha de Esquerda. Somente alguns exús utilizam bastão como arma pessoal que trazem da Aruanda), trajes geralmente em tons vermelho e preto (às vezes branco). Quando se tratar de algum trabalho nas praias, então agrega tons azulados e motivos com outras cores. Apresenta-se com muita habilidade e astúcia, é extrovertido, falador e às vezes irônico (como toda entidade da Linha de Esquerda).

 Escudo Fluídico

Esta entidade obedece à força deste escudo fluídico riscado com pemba roxa com um vértice ou ponta para o cardeal LESTE ou NORTE. O pano sobre o qual deve ser riscado deve ser de cor cinza-clara, cortado em forma triangular. Leva velas ímpares para pedidos de ordem puramente espiritual, ao longo da linha de saída que corta o dito triângulo e para pedido ordem material, com velas pares dentro do triângulo. Aceita álcool ou aguardente em copo de barro e charutos em prato de barro, acesos de lumes para fora, em leque. Aceita qualquer espécie de flores miúdas de tonalidades pardo-escura, etc., junto com galhos de vassourinha-branca por cima e ao redor de sua oferenda. Estas oferendas devem ser feitas às quartas-feiras, entre nove horas e meia-noite, sempre numa encruzilhada de quatro saídas ou caminhos, nos campos, capoeiras, etc., e nunca nas de ruas.

Seu poder é: sobre a solidão, esperança, planejamento, meditação e saúde.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Toques

Aguidavi são varetas utilizadas para a percussão dos atabaques no candomblé na nação ou cultura ketu-Nago.
São confeccionadas com pequenos galhos das árvores sagradas do candomblé, geralmente da goiabeira (psidium guaiava) e araçazeiro (psidium littorali), medindo cerca de trinta (30) a quarenta (40) centimetros.
Este objeto sagrado deve ser preparado pelos iniciados do candomblé em especial pelos ogans, depois de descascados e lixados, devem passar por rituais específicos de sacralização para ser utilizados durante os cultos, cerimoniais e nas festas.
Ritmos executados no Candomblé de Ketu
Hamunha ou Avamunha : Toque que servem para saída e recolhimento de filhos e orixás.
Adarrum ou Adahun : Toque que serve para chamar orixás
Opanijé : Toque para o Orixá Obaluayê
Alujá : Toque para o Orixá Xangô
Ijexá : Toque para o Orixá Oxum
Ilú ou Ylú : Toque para o Orixá Oyá
Agueré : Toque para o Orixá Oxóssi
Igbi : Toque para o Orixá Oxalá
Batá : Toque para o Orixá Oxalá
Bravun : Toque para o Orixá Oxumarê
Sató : Toque para o Orixá Nanã
Barra vento: Toque de Angola e Congo executado algumas vezes para Oyá
A percussão no Candomblé de Ketú é executada pelo aguidavi, ou por vezes com uma mão e um aguidavi, dependendo do ritmo e do atabaque que está sendo tocado.
Dobrar os couros – é um repique lento sequencial e cadenciado que é feito para homenagear visitas ilustres que estão chegando no terreiro, praticamente é o convite para a pessoa entrar.
Durante a festa, quando chegam os convidados ou sacerdotes e ogans de outras casas, interrompesse o toque que está sendo executado para os orixás e dobrasse os couros, após a entrada dos convidados o toque é retomado normalmente.
Algumas casas de candomblé não usam dobrar os couros para as visitas, mas a maioria considera isso uma honra.
Eu acho isso uma falta de educação, de hungbé, de humildade por parte da hierarquia de uma casa, pois existe uma etiqueta, uma linha de comportamento e socialização que todos os umbandistas e candomblecistas devem seguir, e com certeza muitos se esqueceram das lições dos mais velhos e suas tradições.
Dobra-se os couros também em outras ocasiões, mas sempre para homenagear. Nas casas de candomblé bantu Angola e Congo são tocados só com as mãos, não se faz uso dos aguidavi.
Os Atabaques e a Tradição
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu),Xicarangoma (nação Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo RUM (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no RUM que o Orixá vai executar sua coreografia de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o RUMPI e o LE(pequeno).
Na Umbanda os toques são executados pelos Alagbês, Ogans e Curimbeiros(as), a hierarquia dos Ogans e o nome dos atabaques na Umbanda são os mesmos do Candomblé, já que no começo da Umbanda o atabaque não fazia parte do ritual. Só sendo incorporado ao ritual mais tarde, pela sua força e importância.
Os atabaques são chamados de Ilubatá ou Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje. Na Umbanda os ataques são chamados de “Engoma”, mais comum, ou Ilú.
Os toques
A Umbanda inicialmente possuía apenas um toque, chamado Umbanda Angola, incorporando mais tarde os ritmos congo de ouro, cabula, ijexá e barra vento do Candomblé de Angola.
Ritmos executados na Umbanda
Umbanda Angola
Congo de Ouro
Cabula
Barra Vento
Ijexá
Ritmos executados no Candomblé de Angola
Arrebate
Congo de Ouro
Cabula
Barra Vento
Alujá
Ijexá
Muzenza

Assentamento.

Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos, com a finalidade de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.
Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a varias. Mas, em geral, faz-se um para cada força ou poder que se deseja assentar.
Por que assentar uma força ou poder?
Bom, as forças vivem no plano espiritual e os poderes vivem no plano divino da criação e, a partir deles, enviam-nos suas vibrações, auxiliando os trabalhos espirituais que são realizados nos Centros de Umbanda.
Esse auxilio é natural porque se processa religiosamente. Mas como em um trabalho espiritual vêm pessoas com poderosas cargas negativas, é preciso que exista no plano material pontos de descarga que possam absorvê-las e enviá-las de volta às faixas vibratórias negativas.

Esta é uma das muitas funções de um assentamento de força e de poderes.
A entidade assentada (Orixá ou guia espiritual) tem no assentamento elementos com poderes mágicos, os quais utilizam ativando-os segundo as necessidades do Centro, do trabalho espiritual e dos médiuns.
Em regra, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras forças ou de outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações.
Se é o assentamento de um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado dele, porque cada um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos dentro de um mesmo ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o recomendado é que, caso alguém queira assentar dois ou mais guias ou Orixás, então deve reservar um ambiente para cada um, separando-os e isolando-os para que suas vibrações, irradiações, ações e atuações não se misturem e não se confundam. Por isso existem assentamentos e firmezas.
Os assentamentos criam vórtices ou “pontos de forças”, enquanto as firmezas de outros guias e Orixás dotam-no de um maior poder de realização.
Esse aumento de poder de realização deve-se ao fato de que os guias e Orixás firmados ao redor do assentamento central “emprestam-lhe” suas forças e poderes e abrem-lhe seus campos de ações e atuações, aumentando o leque de opções ao guia ou ao Orixá assentado, que lhe repassará atribuições ás quais exercerão com desenvoltura, porque terão no assentamento um poderoso ponto de descarga, de proteção e de auxilio nas suas ações mais profundas.
Normalmente se assentam o Guia-Chefe e o Orixá regente da coroa do dirigente espiritual, assim como ao se Exu e Pombagira guardiã.
Os assentamentos do guia chefe e do Orixá devem estar localizados dentro das construções que abriga o terreiro.
Os assentamentos do Exú e Pombagira guardiã devem ser feitos do lado de fora da construção principal que abriga o terreiro, ainda também possa estar dentro de outra construção de porte menor.
O ideal (ainda que isso nem sempre seja possível) é que os assentamentos dos Orixás e dos guias chefes da direita e da esquerda se localizem em cômodos isolados e com acesso restrito, inacessível ao publico.
Quando o Centro não tem espaço para tanto, ai o recomendado é que se assentam o Orixá e o guia chefe da direita sob o altar e o Exú e Pombagira guardiã em uma casinhola na entrada do terreno que abriga o terreiro.
Centros localizados em terrenos e construções amplas tem mais facilidade para fazê-los. Já nos menores, ai é preciso um pouco de criatividade para fazer assentamentos e as firmezas ao seu redor.

Oque é IFÁ

Muito se fala de Ifá e poucos sabem o que de fato é Ifá.  Somente os devotos de Orunmilá, que é genericamente conhecido por Orixá do destino, e, que, ao se tornarem Oluwos ou Babalawos, depois de um longo aprendizado, alguns afirmam levar 21 anos, e provas perante a sua confraria, é que podem fazer divinações, leituras e suas histórias, exemplificando, sempre com clareza aquilo que se quer saber e sendo recompensado por isso.
Ifá era um Sistema de Divinação, originário da cultura africana Yorubá.
Embora a Divinação Sagrada de Ifá não fosse o único sistema divinatório praticado em África, ela era de longe a mais completa e confiável, tendo sido fonte e modelo para vários outros “jogos de adivinhação” que dela foram derivados por simplificação, simbiose e ou, interpretação.
Em contraste com todos os outros tipos de Adivinhação, onde ninguém ousa ou tem meios de contradizer aquilo que o Adivinho assegura “ver”, a Divinação Sagrada de Ifá que denominamos como “Sistema Ifá”, seguia um conjunto regular de normas que enquadrava o Adivinho praticante e, além disso, os seus consulentes conheciam técnicas que pderiam impedir que ele se utilizasse de conhecimentos pessoais sobre eles ou sobre assuntos de suas intimidades, não precisando os consulentes sequer revelar-lhe a natureza do problema ou anseio que os levava a buscar aconselhamento.
O Adivinho que manipulava Ifá era denominado por Babaláwo de Baba ( o pai) + Li (que tem) + Áwo ( o segredo) era a Autoridade Máxima no Central do sistema religioso Yorubá.
Entende-se assim a importância do Ifá para massa de fiéis Yorubá e porque qualquer desvio de seu sistema regular de normas, intentado por qualquer Babaláwo, era criticado por seus consulentes e condenado por seus colegas de confraria.
Técnicamente, o Sistema Ifá baseava-se na manipulação dos Ikins/Coquinhos de Dendê, para a obtenção, ao acaso, de um número Par ou Ímpar de Dendês que, na dita manipulação, restassem na mão esquerda do babaláwo.Os Ikins quando batidos pelo Babalawo é marcado de forma alternada.
Um batida marca na direita, outra batida marca na esquerda. Assim sucessivamente até termos as oito marcas formando o omó Odu ou Olodu. O termo Ikin era designação especial para o EKURO/Caroço do EYIN/fruto da AWPE/palmeira Oleaginosa, conhecida no Brasil como Dendezeiro ou Dendê.
Esta qualidade par ou ímpar era traduzida por sinais gráficos diferentes no Ìyérosún/Pó Branco Consagrado, que era especialmente espargido sobre o Opón Ifá/Tabuleiro de Ifá.
Estes sinais eram conhecidos, genericamente, por Ojú Opón/Olhos do tabuleiro e, individualmente, por Ofú e Òsa.
Os resultados de uma sequência inicial de quatro manipulações eram marcados sobre o Ìyerosún, no lado direito do Tabuleiro, verticalmente, a segunda marca sob a primeira e, sucessivamente, a terceira sob a segunda, a quarta sob a terceira, sempre cada uma delas ao acaso de sua manipulação. Obtinha-se assim a Onã Ifá/caminho de Ifá de um dos dezesseis Odú/Fundamentos de Tradição que, associados aos Esé Itan/ Versos dos contos de Ifá, se constituíam nos Signos-Respostas Básicas do Sistema Ifá.
Estes dezesseis Odù Babá ou Básicos possuíam, cada um deles, denominações, a saber.
“Odús”
1-Ogbé Méjì
2-Òyèkú Méjì
3-Ìwòri Méjì
4-Òdi Méjì
5-Ìròsùn Méjì
6-Òwónrín Méjì
7-Òbàrà Méjì
8-Òkàràn Méjì
9-Ògundá Méjì
10-Òsá Méjì
11-Ìká Méjì
12-Òtùrùkpòn Méjì
13-Òtúrá Méjì
14-Ìretè Méjì
15-Òsé Méjì
16-Òfún MéjÌ
Essas denominações e ordenação correspondiam às mais usadas ancestralmente em Ilè Ifé, ou seja, na Cidade Sagrada dos Yorubás.
A repetição de uma outra sequência manipular igual, sendo as suas marcas Ofú ou Òsa registrados no Pó Consagrado do Tabuleiro, mas à esquerda das marcas do primeiro Odù Básico já lá registrado, possibilita a obtenção de um dos outros duzentos e cinquenta e seis (256) Odùs combinados, passíveis de existir e denominados por Omo Odù (filho de Odù), significando que a nova Oní Ifá é composta pela combinação de dois Odù Baba ou Básico.
Existem 240 Omo Odù também possuíam nomes específicos, formados pelos nomes dos dois Odù Babá ou Básicos de que se compôe, prevalecendo a designação do Odù Babá da Direita como se fora o seu Nome e a designação do Odù Babá da esquerda como se fosse seu sobrenome.
Aiyé atí Okán náa ni -“Vida e morte: Ambas são identicas”
(Máxima da Sabedoria Ancestral dos Yorubás)

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Fundadora do primeiro terreiro de candomblé de são paulo terá nome de rua.

FUNDADORA DO PRIMEIRO TERREIRO DE CANDOMBLÉ DE SÃO PAULO TERÁ NOME DE RUA
Graças ao PL 231/2016, assinado pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL), a Rua Ruiva, na Vila Brasilândia (Zona Norte), passará a se chamar Rua Manaunde. 

O projeto foi elaborado após o pedido de Walmir Damasceno, coordenador nacional do ILABANTU e dirigente tradicional do Nzo Tumbansi e da Mãe Pulqueria.

É uma homenagem merecida à Julita Lima da Silva, Mãe Manaunde, que iniciou o terreiro de nação angolana da variante bantu em 1962, na Rua Ruiva. Desde 2014, o terreiro de Santa Bárbara é considerado patrimônio imaterial do estado de São Paulo. Hoje, a mãe-de-santo Pulqueria Albuquerque é herdeira do centro.
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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Animismo

Animismo: (anima – alma) Sistema fisiológico que considera a alma como causa primária de todos os fatos intelectuais e vitais, isto é, expõe o fenômeno anímico como a manifestação da alma do médium, portanto, á alma do médium pode manifestar-se como qualquer ouro espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de espírito e fala como tal e não como encarnado. Para que se possa distinguir, se é o espírito do médium ou outro que se comunica, é necessário observar a natureza das comunicações, através das comunicações e da linguagem.
Outro grande engano é confundir Animismo com Mistificação.
 "Na verdade a questão do Animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritasdesprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Creio oportuno enfatizar aqui que em verdade não fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, manifestações anímicas".

A conclusão que chegamos é que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica.
Existem também manifestações de animismo puro, ou seja, comunicação produzida pelo espírito do médium, sem a participação de outro espírito - encarnado ou desencarnado, pode ocorrer um processo espontâneo de regressão de memória. Existem fraudes de médiuns e de Espíritos que nada têm a ver com o animismo e o mediunismo. Pode ocorrer o desejo de promoção pessoal e de grupos. Existem a dos Espíritos que usam nomes falsos para desequilibrarem àqueles que se esquecem de estudar e julgam assim serem superiores demais. Devemos conservar a humildade e agradecer constantemente a oportunidade de servir.

Mistificação

Mistificação: 
São os escolhos mais desagradáveis da prática espírita; mas  um meio de evita-los, o de não pedires ao espiritismo nada mais do que ele pode e deve dar-vos; seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que, não vos afasteis disso, jamais sereis enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela de que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nada peça, nem que evoque, sofre mistificações, se aceitarem o que dizem os espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não o enganariam tão facilmente.
Mistificar:  Quer dizer; enganar , trapacear, burlar, tapear, iludir, iniciar alguém nos mistérios de um culto, torna-lo iniciado, abusar da boa fé.
“Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece”